Hoje, São Paulo se lembra da Revolução Constitucionalista de 1932 — não como um simples capítulo da história, mas como um grito que ecoa até os dias de hoje. Naquele 9 de julho, milhares de paulistas, de civis a soldados, levantaram-se com coragem em defesa de algo maior: a Constituição, a liberdade, o direito de escolher um rumo democrático para o Brasil. Não foi um movimento de um lado político, mas sim um clamor de um povo inteiro por respeito e voz.
Quase um século depois, vivemos um novo tipo de conflito — mais silencioso, mas igualmente desafiador. Hoje, muitos dos que juraram proteger a sociedade — policiais civis, militares, penais, guardas, bombeiros — enfrentam não apenas o crime, mas o abandono institucional, a exploração política e a falta de reconhecimento real.
A farda, que deveria ser símbolo de honra, muitas vezes é usada como ferramenta política. O operador de segurança vira massa de manobra, rotulado por ideologias que nem sempre representam sua realidade. O orgulho paulista, aquele mesmo que moveu jovens em 1932, não tem lado A ou lado B. Vai além de partido, bandeira ou discurso. É um sentimento de dignidade, de entrega e de luta por justiça — e isso vale para quem está nas ruas, nas viaturas, nos plantões, nos presídios.
Hoje, o maior gesto revolucionário que o Estado de São Paulo pode ter é valorizar, de fato, os homens e mulheres que carregam a missão de proteger. Humanizar não é enfraquecer. É fortalecer. Valorizar não é luxo. É necessidade.
Que este 9 de Julho sirva de lembrança: o povo paulista sempre lutou por dignidade, e isso inclui a dignidade dos que arriscam a própria vida para garantir a segurança de todos.
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