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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Presa de 38 anos morre na penitenciária de Tremembé, SP

Presa de 38 anos morre na penitenciária de Tremembé, SP

Laudo do IML aponta um hemorragia digestiva como causa da morte.
Família acusa negligência do Estado; Polícia Civil vai investigar ocorrido.

Carolina TeodoraDo G1 Vale do Paraíba e Região
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Penitenciária feminina 2 de Tremembé abriga 900 detentas. (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)Penitenciária feminina 2 de Tremembé abriga 900
detentas. (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Uma presa de 38 anos morreu na penitenciária feminina de Tremembé, no interior de São Paulo, na tarde da última sexta-feira (10). O caso só veio à tona neste sábado (11) após a família, que acusa o estado de negligência, chegar de São Paulo para dar início ao processo do enterro. O Estado informou que irá investigar o ocorrido. 

Kelli Cristina da Silva, que estava presa na unidade há 1 ano e 3 meses por tráfico de drogas, sofria de problemas cardíacos, mas morreu por hemorragia digestiva, de acordo com o laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML). A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que ela foi encontrada desmaiada pela enfermeira do presídio (leia texto abaixo).
A família da detenta reclama da demora no socorro médico e busca explicações do que ocorreu no interior da cela. Segundo eles, inicialmente, foi informado que ela havia morrido em decorrência de uma parada cardíaca, mas o laudo do IML identificou outro motivo.
“Fui na penitenciária buscar os documentos dela e me contaram que ela estava pedindo socorro desde cedo, mas só foi socorrida depois das 14h”, disse o cunhado da presa. Dados da SAP mostram que em todo o ano de 2013 foram registrados 22 homicídios nas 158 unidades prisionais paulistas. A P2 Feminina de Tremembé tem capacidade para 664 detentas, mas abriga 894.
A morte de Kelli ocorre na semana que a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que o Brasil apure as recentes violações de direitos humanos e os atos de violência que ocorreram nos presídios do Maranhão, em especial no Complexo de Pedrinhas, onde presos foram decapitados dentro da penitenciária.
No início dessa semana, a Defensoria Pública ingressou com uma ação civil na Justiça contra o Estado e a Prefeitura de Tremembé por falta de ginecologistas e pediatras para atender as detentas da P2. O pedido foi baseado em denúncia de parentes, visitas na unidade e em relatórios apresentados pela própria diretoria do presídio.
Veja íntegra da nota da SAP
A Secretaria da Administração Penitenciária informa que por volta das 14h20 de 10/01 presas da Penitenciária Feminina II de Tremembé chamaram com urgência agentes da unidade, pois a reeducanda Kelli Cristina da Silva havia desmaiado.
Kelli foi imediatamente encaminhada ao Pronto Socorro Municipal de Tremembe, acompanhada por enfermeira da unidade, com batimentos cardíacos fracos e pressão baixa. Infelizmente, o médico que a atendeu no Pronto Socorro atestou o óbito as 14h50 por parada cardíaca.
Os familiares de Kelli foram comunicados do fato. A autoridade policial, como é de praxe em casos de falecimento dentro de unidade prisional, determinou a realização de exame necroscópico no corpo, que está no IML. Foi instaurado procedimento apuratório sobre os fatos. A Polícia Civil está investigando o ocorrido.
Ressalvamos que Kelli era hipertensa e apresentava sintomas de cardiopatia, sendo acompanhada pela equipe de saúde da unidade. Ela também recebia medicação controlada (psicotrópicos), já tendo passado por psiquiatra. A reeducanda estava há um ano e três meses na Penitenciária e tinha bom comportamento.

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