Movimentos pretendem alcançar 10 milhões de assinaturas para mudar o sistema político
01/09/2014
Urnas do Plebiscito Popular Constituinte estarão espalhadas pelo país de 1º a 7 de setembro. Vote!
Escrito por: Vanessa Ramos - CUT São Paulo
Aumento da tarifa e insatisfação com a qualidade do transporte público, repressão policial, melhorias na saúde e na educação, reforma política e insatisfação com o mau uso da verba pública. Essas foram algumas das causas levadas às ruas do país, em 2013, por milhares de jovens. Desses, pesquisa Ibope mostrou que 76% dos manifestantes estavam no mercado de trabalho.
Em resposta às mobilizações, a presidenta Dilma Roussef propôs a adoção de cinco pactos nacionais, dentre os quais o transporte e a convocação de um plebiscito para uma Constituinte sobre reforma política, o que permitiria aprofundar temas como a escolha de parlamentares e governantes, as formas de financiamento das campanhas eleitorais, a proporcionalidade para eleição dos deputados, o fim do Senado, entre outras questões.
A proposta sofreu oposição de vários setores. A recusa dos parlamentares do Congresso Nacional em aceitar um plebiscito legal, como permite a Constituição Federal, fez com que entidades, centrais sindicais e movimentos sociais organizassem o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, que significa construir um novo sistema político por meio de uma assembleia de representantes eleitos pelo povo brasileiro.
Em resposta às mobilizações, a presidenta Dilma Roussef propôs a adoção de cinco pactos nacionais, dentre os quais o transporte e a convocação de um plebiscito para uma Constituinte sobre reforma política, o que permitiria aprofundar temas como a escolha de parlamentares e governantes, as formas de financiamento das campanhas eleitorais, a proporcionalidade para eleição dos deputados, o fim do Senado, entre outras questões.
A proposta sofreu oposição de vários setores. A recusa dos parlamentares do Congresso Nacional em aceitar um plebiscito legal, como permite a Constituição Federal, fez com que entidades, centrais sindicais e movimentos sociais organizassem o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, que significa construir um novo sistema político por meio de uma assembleia de representantes eleitos pelo povo brasileiro.
> Plebiscito da Reforma Política vai receber votos também pela internet
Até o momento, já foram implantados 1.500 comitês do Plebiscito Popular Constituinte em todos os estados do país. Em São Paulo, já estão formados cerca de 200 comitês. Somam-se 10 mil urnas organizadas no Brasil, 400 entidades de representação estadual e nacional e mil municípios envolvidos.
As organizações que preparam o plebiscito popular, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), têm como meta alcançar 10 milhões de assinaturas. As cerca de 10 mil urnas estão espalhadas em diferentes locais como sindicatos, escolas, comércios, igrejas e praças, de 1º a 7 de setembro. A população poderá votar se é contra ou a favor de uma Constituinte que debata mudanças do sistema político brasileiro.
Dinheiro de empresas
O plebiscito também levanta o debate sobre o financiamento das campanhas eleitorais. O gasto médio de campanha de alguns candidatos a deputado federal em São Paulo chega a R$ 4 milhões.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2012, 95% dos recursos totais das campanhas no Brasil vinham das empresas privadas.
Para o professor de Direito Constitucional e Ciência Política da Escola Paulista de Direito, Alessandro Soares, esse tipo de financiamento é uma violação ao princípio democrático. “Os representantes políticos são eleitos pelo povo, mas suas campanhas são pagas com recursos privados dos que têm maior poder econômico. Um parlamentar ou chefe do Poder Executivo dificilmente sabe quem foram seus eleitores durante uma disputa eleitoral, mas com certeza sabem quem são seus financiadores”, alerta.
Para Soares, a relação entre poder econômico e poder político é mais próxima e forte do que a relação do representante político com a população. “O financiamento privado, principalmente por parte de empresas, é uma porta aberta para relações de corrupção e de violação de regras públicas”, diz.
O secretário de Políticas Sociais da CUT São Paulo, João Batista Gomes, afirma que o dinheiro de empresas a candidatos abre precedentes para a interferência de empresas nas leis e licitações. “É sempre bom lembrar o ditado de quem paga a banda, escolhe a música”.
Minorias no Congresso
Se na sociedade existem mais trabalhadores do que patrões, no Congresso é o contrário. Empresários e ruralistas são 72,8% dos parlamentares. Isso também vale para o caso dos negros, indígenas, mulheres e jovens que são minorias dos parlamentares.
Para o advogado e um dos autores do livro Outro sistema político é possível, Rafael Locateli Tatemoto, a representação pouco democrática no Congresso dificulta avanços. “Pautas como a redução da jornada de trabalho e o combate à terceirização têm mais chances de ter sucesso com um sistema político que tenha capacidade de representar os reais interesses da maior parte da sociedade.”
O professor Alessandro Soares ressalta que os interesses privatistas e elitistas se sobressaem. “Temos como prova o PEC [Projeto de Emenda Constitucional] do Trabalho Escravo que prevê a expropriação de terras nas quais for verificada esta prática, que demorou 19 anos para ser aprovada no Congresso.”
Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, Sônia Auxiliadora, lembra que as mulheres ocupam apenas 9% dos mandatos na Câmara dos Deputados e 12% no Senado. “É preciso ampliar a participação para termos igualdade de gênero na sociedade e isso se dará com uma reforma no sistema político. Queremos representação não apenas para dialogar sobre pautas que se referem à realidade das trabalhadoras, mas que podem beneficiar toda a sociedade.”
A liderança da etnia Kaimbé, Égina Silva, destaca que o Congresso não representa os povos indígenas. “Falta saúde de qualidade, demarcação de terras, reconhecimento dos indígenas que vivem na cidade e foram expulsos de suas aldeias por conflitos com fazendeiros. Se tivéssemos indígenas no Congresso que não fossem manipulados pelos interesses de poucos, essas mudanças seriam mais fáceis”.
Votação do Plebiscito
Será entre 1º e 7º de setembro de 2014, quando uma única pergunta será feita à população: “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o sistema político?”
Saiba mais no site www.plebiscitoconstituinte.org.br
Até o momento, já foram implantados 1.500 comitês do Plebiscito Popular Constituinte em todos os estados do país. Em São Paulo, já estão formados cerca de 200 comitês. Somam-se 10 mil urnas organizadas no Brasil, 400 entidades de representação estadual e nacional e mil municípios envolvidos.
As organizações que preparam o plebiscito popular, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), têm como meta alcançar 10 milhões de assinaturas. As cerca de 10 mil urnas estão espalhadas em diferentes locais como sindicatos, escolas, comércios, igrejas e praças, de 1º a 7 de setembro. A população poderá votar se é contra ou a favor de uma Constituinte que debata mudanças do sistema político brasileiro.
Dinheiro de empresas
O plebiscito também levanta o debate sobre o financiamento das campanhas eleitorais. O gasto médio de campanha de alguns candidatos a deputado federal em São Paulo chega a R$ 4 milhões.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2012, 95% dos recursos totais das campanhas no Brasil vinham das empresas privadas.
Para o professor de Direito Constitucional e Ciência Política da Escola Paulista de Direito, Alessandro Soares, esse tipo de financiamento é uma violação ao princípio democrático. “Os representantes políticos são eleitos pelo povo, mas suas campanhas são pagas com recursos privados dos que têm maior poder econômico. Um parlamentar ou chefe do Poder Executivo dificilmente sabe quem foram seus eleitores durante uma disputa eleitoral, mas com certeza sabem quem são seus financiadores”, alerta.
Para Soares, a relação entre poder econômico e poder político é mais próxima e forte do que a relação do representante político com a população. “O financiamento privado, principalmente por parte de empresas, é uma porta aberta para relações de corrupção e de violação de regras públicas”, diz.
O secretário de Políticas Sociais da CUT São Paulo, João Batista Gomes, afirma que o dinheiro de empresas a candidatos abre precedentes para a interferência de empresas nas leis e licitações. “É sempre bom lembrar o ditado de quem paga a banda, escolhe a música”.
Minorias no Congresso
Se na sociedade existem mais trabalhadores do que patrões, no Congresso é o contrário. Empresários e ruralistas são 72,8% dos parlamentares. Isso também vale para o caso dos negros, indígenas, mulheres e jovens que são minorias dos parlamentares.
Para o advogado e um dos autores do livro Outro sistema político é possível, Rafael Locateli Tatemoto, a representação pouco democrática no Congresso dificulta avanços. “Pautas como a redução da jornada de trabalho e o combate à terceirização têm mais chances de ter sucesso com um sistema político que tenha capacidade de representar os reais interesses da maior parte da sociedade.”
O professor Alessandro Soares ressalta que os interesses privatistas e elitistas se sobressaem. “Temos como prova o PEC [Projeto de Emenda Constitucional] do Trabalho Escravo que prevê a expropriação de terras nas quais for verificada esta prática, que demorou 19 anos para ser aprovada no Congresso.”
Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, Sônia Auxiliadora, lembra que as mulheres ocupam apenas 9% dos mandatos na Câmara dos Deputados e 12% no Senado. “É preciso ampliar a participação para termos igualdade de gênero na sociedade e isso se dará com uma reforma no sistema político. Queremos representação não apenas para dialogar sobre pautas que se referem à realidade das trabalhadoras, mas que podem beneficiar toda a sociedade.”
A liderança da etnia Kaimbé, Égina Silva, destaca que o Congresso não representa os povos indígenas. “Falta saúde de qualidade, demarcação de terras, reconhecimento dos indígenas que vivem na cidade e foram expulsos de suas aldeias por conflitos com fazendeiros. Se tivéssemos indígenas no Congresso que não fossem manipulados pelos interesses de poucos, essas mudanças seriam mais fáceis”.
Votação do Plebiscito
Será entre 1º e 7º de setembro de 2014, quando uma única pergunta será feita à população: “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o sistema político?”
Saiba mais no site www.plebiscitoconstituinte.org.br
Conteúdo Relacionado
26/08/2014 Plebiscito da Reforma Política vai receber votos também pela internet
25/08/2014 Confira o vídeo produzido pelos bancários: "O que é o Plebiscito Constituinte?"
19/08/2014 Jovens e idosos em apoio ao Plebiscito Popular
18/08/2014 Jovens e idosos unidos pelo Plebiscito Constituinte e por políticas públicas
18/08/2014 Diversidade e integração marcam encontro de jovens e idosos da CUT São Paulo
13/08/2014 CUT Campinas e movimentos sociais fortalecem luta pelo Plebiscito Popular na região
12/08/2014 Dia de luta em defesa da Reforma do Sistema Político começa com dirigentes e trabalhadores da CUT nas ruas
12/08/2014 CUT Osasco distribui materiais do Plebiscito Popular Constituinte para a população nesta terça (12)
12/08/2014 Criação de um comitê local do Plebiscito Popular Constituinte será debatida nesta terça (12) na CUT Bauru
12/08/2014 Médicos de SP debatem Plebiscito Constituinte nesta terça (12)
12/08/2014 CUT Campinas realiza nesta terça (12) ato público a favor do Plebiscito Constituinte
08/08/2014 Trabalhadores e trabalhadoras da CUT criam comitê do Plebiscito Popular pela Reforma Política
08/08/2014 Plebiscito Constituinte: CUT Osasco promove formação nesta sexta (8)
06/08/2014 CUT e movimentos sociais irão às ruas hoje em ato nacional pelo Plebiscito Constituinte
05/08/2014 Plebiscito Constituinte é destaque no Jornal da Juventude da CUT São Paulo
30/07/2014 Movimentos realizam ato pelo Plebiscito Popular Constituinte
30/07/2014 Em Sorocaba, SinPsi participa de curso sobre reforma política
30/07/2014 #plenariaNacionaldaCUT: Reformar o sistema político e implementar conselhos populares é cumprir a Constituição
25/07/2014 Plebiscito Popular: Comitê de Piracicaba promove Curso dos Cem
23/07/2014 Campanha do Plebiscito Popular pela Constituinte lança novos materiais de divulgação
22/07/2014 Plebiscito Constituinte: Organizações participam de formação em Presidente Prudente
15/07/2014 No Dia Internacional da Juventude, CUT fará mobilização pelo Plebiscito Constituinte
11/07/2014 Em Mauá, movimentos sociais lançam Comitê do Plebiscito Popular por uma Constituinte
10/07/2014 Plebiscito Constituinte: Comitê de Piracicaba programa atividade para dia 26
07/07/2014 Palestra sobre Plebiscito Popular pela Constituinte acontece no Secor
13/06/2014 CUT Presidente Prudente e movimentos lançam comitê do Plebiscito Popular da Constituinte
10/06/2014 Formação sobre Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva ocorre neste sábado (14) em Campinas
03/06/2014 CUT e movimentos sociais vão trabalhar juntos pelo Plebiscito da Reforma Política
26/05/2014 Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva: dirigentes participam do Curso dos Mil em São Paulo
16/05/2014 Representantes de 24 estados participam de 3º Plenária do Plebiscito pela Constituinte
21/03/2014 Plebiscito Popular: Inscrições abertas para curso de formação em Guarulhos
11/03/2014 SP: 1ª Plenária Municipal do Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva será neste sábado (15)
10/02/2014 Mulheres cutistas preparam ato unificado e garantem participação no Plebiscito por Constituinte Exclusiva
15/01/2014 Centrais sindicais e movimentos sociais defendem Constituinte Exclusiva
24/06/2013 Dilma propõe Constituinte exclusiva para reforma política


Nenhum comentário:
Postar um comentário