Detento tem o coração arrancado com estilete
Crime aconteceu em cela de penitenciária do Mineirão por rivalidade
Notícia publicada na edição de 07/06/2013 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 8 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Marcelo Roma
marcelo.roma@jcruzeiro.com.br
Um crime de extrema violência aconteceu numa das celas do "seguro" da Penitenciária Danilo Pinheiro (P-1), no bairro Mineirão, em Sorocaba, ontem de manhã. Um preso arrancou o coração de outro com um estilete improvisado, deu banho nele e o colocou vestido no banheiro, para que demorassem a descobrir que estava morto.
O preso acusado do homicídio é Osvaldo Lopes de Oliveira Filho, 30 anos, que cumpria pena por furto e roubo. Alex Fabiano Antônio Pereira, 32, estava preso por furto. Ambos ocupavam a cela 6, do seguro. Osvaldo confessou o crime aos agentes penitenciários logo após a contagem de presos. Havia um homem a menos na cela. Osvaldo descreveu como matou Alex, cujo corpo foi encontrado no banheiro.
Osvaldo contou que inicialmente deu um golpe do tipo "mata leão" em Alex, imobilizando-o e fazendo desmaiar. Em seguida, com um estilete fabricado artesanalmente dentro do presídio, ele abriu a barriga e arrancou o coração do outro preso. Havia outros detentos na cela, que viram a terrível cena.
Osvaldo contou que deu banho em Alex, já morto, e limpou o sangue. Vestiu-o e o deixou no banheiro da cela. O acusado disse que matou Alex porque ele o teria delatado como integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), sendo por isso levado para a cela do "seguro", onde estão os presos ameaçados de morte dentro da penitenciária.
Alex já estava na cela quando Osvaldo chegou e ficou sabendo que foi delatado como membro do PCC, o que segundo ele não é verdade. A maioria dos detentos da P-1 são da facção Terceiro Comando da Capital (TCC), rival do PCC. Osvaldo é acusado de homicídio praticado por motivo fútil e permanecia preso na P-1. O estilete usado no crime não foi encontrado na cela.
Cesinha
Em 2006 houve uma série de nove homicídios na Penitenciária Danilo Pinheiro relacionada à disputa entre as duas facções. Presos ligados ao PCC que ingressavam na unidade pretendiam matar Cesar Roriz Camargo, o Cesinha, dissidente do PCC e líder do TCC. Presos do TCC se antecipavam e praticavam os crimes geralmente com facas improvisadas e pedaços de madeira. Cesinha foi morto em agosto de 2006 na Penitenciária de Segurança Máxima de Avaré, com estacas cravadas no peito e no pescoço.
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