Proposta de legalizar bico é contestada pelo SIFUSPESP. A reivindicação tem que ser por salário justo
Uma categoria que trabalha sob estresse profundo como a dos agentes do sistema prisional precisa ter uma boa recompensa pela atividade que desenvolve e não pode prescindir do seu descanso diário. A jornada de 12x36 horas já é extenuante em demasia. É por isso que o SIFUSPESP, diante das últimas notícias de que o governo estadual recebeu proposta de entidades para que o “bico” dos agentes fosse legalizado, reafirma sua posição contrária ao “bico”.
“Entendemos que devemos lutar para que o nosso trabalho seja justamente recompensado, com salário digno. Expor o servidor do sistema a mais uma jornada extra de trabalho é, no mínimo, uma grande insensatez”, defende João Rinaldo Machado, Presidente do SIFUSPESP.
O servidor público é proibido oficialmente de fazer “bicos” – se for flagrado nesta situação, pode ser demitido. Já o bico legalizado pode ter duas vertentes: o servidor pode ser autorizado a trabalhar no setor privado durante seus dias de folga; ou pode ser “contratado” pelo governo para trabalhar dentro da mesma unidade em seus dias de folga. “Nenhuma dessas possibilidades é tão boa quanto a possibilidade de sermos suficientemente remunerados a ponto de não precisarmos sacrificar nossos dias de folga, inicialmente destinados para que relaxemos, aproveitemos a família, o lazer e o descanso”, lembra o Diretor Gilberto Machado.
O Secretário Geral do SIFUSPESP, João Alfredo de Oliveira, lembra que o artifício do bico legalizado serviria para dificultar ainda mais a negociação salarial dos funcionários com o governo. “Vai servir como desculpa do governo para não dar aumento salarial. O governo vai achar que quem quiser salário maior deve doar todos os seus momentos de folga para o trabalho. Essa história de bico legalizado vai na contramão das lutas sindicais, que reivindicam salários justos”.
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