Ao mandar nas cadeias paulistas, PCC garante “paz” ao governo Alckmin
publicado em 28 de junho de 2013 às 23:05
por Gustavo Costa
Camila Caldeira Nunes Dias é autora do livro PCC, Hegemonia nas Prisões
e Monopólio da Violência (Editora Saraiva), recém-lançado.
Ela se refere ao Primeiro Comando da Capital, que nasceu como organização
dos presos há 20 anos, na Casa de Custódia de Taubaté, no interior de São Paulo.
Socióloga, Camila é pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da
Universidade de São Paulo e professora da Universidade Federal do ABC.
Passou quatro anos e meio pesquisando nas prisões de São Paulo. Entrevistou
30 lideranças do crime organizado.
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Concluiu que um acordo tácito entre a organização criminosa e o governo
paulista do PSDB garante que, ao mesmo tempo, as vagas do Regime
Disciplinar Diferenciado (RDD) fiquem desocupadas em troca de paz nas cadeias.
O monopólio do PCC também assegura uma redução nas taxas de criminalidade
na periferia de São Paulo, uma vez que reduz a possibilidade de confrontos
entre distintas facções criminosas.
Portanto, na tese da pesquisadora, é uma paz dos cemitérios: a periferia sofre
com a truculência policial como nos tempos da ditadura militar, enquanto o
PCC garante a tranquilidade nos presídios.
A facção diz representar os presos contra a opressão do Estado, mas na
verdade garante privilégios a um grupo reduzido: lideranças que
usufruem de vantagens no sistema penitenciário.
Segundo ela, o suposto acordo entre o PCC e o governo paulista foi
fechado em 2006, depois da grande rebelião que paralisou São Paulo.
Clique em cada um dos seis links abaixo para ouvir uma radiografia
da relação entre o PCC e o governo paulista:
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