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sábado, 10 de agosto de 2013

Governo deve prever eventual reação nas penitenciárias

Governo deve prever eventual reação nas penitenciárias
Bloqueio de comunicação chega mais de 12 anos após questão ser detectada
CAMILA NUNES DIASESPECIAL PARA A FOLHA
Em 2001, quando o PCC protagonizou a primeira megarrebelião, em que 29 prisões paulistas se amotinaram simultaneamente, os celulares apareceram no debate como instrumentos de articulação de criminosos presos.
O recente noticiário so- bre a utilização dos aparelhos por presidiários traz de volta antigas questões.

Como os aparelhos celulares entram nas prisões? Ora, não é difícil saber que, em decorrência da discrepância cada vez maior entre a população carcerária e o número de funcionários, a capacidade de controle do Estado sobre o que entra nas prisões é cada vez menor.
As humilhantes revistas às quais são submetidos os parentes de presos não são capazes de evitar a entrada dos aparelhos. Familiares de presos, advogados, funcionários, diretores, empresas prestadoras de serviços: todos podem ser seus portadores.
As controvérsias sobre as possibilidades e os limites técnicos para bloquear os sinais parece não ter fim.
Há que se considerar, ainda, argumentos a favor do rastreamento que, supostamente, permite às autoridades se anteciparem aos planos dos criminosos.
O fato é que, mais de 12 anos após os aparelhos celulares serem reconhecidos como meios fundamentais para a articulação entre as dinâmicas prisionais e as dinâmicas criminais urbanas, pouco ou nada se fez.
Agora, o governo afirma que está fazendo licitação para a contratação de bloqueadores de sinal que serão utilizados em penitenciárias de segurança máxima.
Resta saber se, para além dos custos econômicos e dos desafios tecnológicos, o governo paulista terá condições de arcar com os custos políticos de eventual bloqueio da comunicação entre os presos.
Custos políticos que poderão envolver rupturas e a necessidade de novas (re)acomodações com vistas a manter ou a devolver a estabilidade reinante no sistema prisional desde a última crise, em 2006.

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