A mobilização da categoria está só começando; o primeiro ato foi um sucesso
Foi bonito de se ver, e bom de participar. O ato público realizado na última sexta-feira reuniu cerca de 250 servidores do sistema prisional paulista que protestaram com gritos de ordem, apitaço e discursos, na frente da Secretaria de Administração Penitenciária e do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. O evento chamou a atenção da mídia: os principais veículos de comunicação do estado estiveram presentes registrando o ato. A notícia repercutiu em todo o país.
Deixamos o nosso recado para o governo e para a sociedade: queremos melhores salários e precisamos de melhores condições de trabalho. E vamos fazer o que for preciso para conseguirmos. Unidos, mobilizados, teremos êxito.
O ato
Às 5h da manhã do dia 6 começaram a chegar os ônibus trazendo os companheiros do interior do estado. Infelizmente, muitos dos que se comprometeram a vir, inclusive reservaram vaga nos ônibus que o SIFUSPESP disponibilizou gratuitamente, não compareceram na última hora. Mas os guerreiros que compareceram fizeram uma bela manifestação, munidos de disposição e garra.
Às 11 horas foram distribuídos os materiais para o evento: apitos, faixas, cartazes, placas. Fazendo muito barulho e interrompendo todo o trânsito, saíram da sede do sindicato em direção à SAP, onde realizaram a primeira manifestação. Palavras de ordem acompanharam todo o trajeto.
Em seguida, fomos ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, onde o grande ato ocorreu. Paramos o trânsito na avenida Morumbi. Fechamos o acesso do Portão 2 do Palácio. Sob sol forte, os companheiros não desanimaram: um megafone passou de mão em mão, para todos que quiseram manifestar sua indignação pela falta de respeito com que a categoria vem sendo tratada pelo governo.
As reivindicações apresentadas foram muitas: salário, condições de trabalho, respeito, investimento no Iamspe, fim do assédio moral, lei orgânica, LPT única, atenção para os readaptados, segurança, ticket alimentação, recompensa pela superlotação, contratação de mais servidores (de todas as áreas), fim dos desvios de função, investimento tecnológico, concurso interno para ocupação de cargos de chefia, revisão da aposentadoria especial.
Os companheiros covardemente assassinados foram lembrados a todo instante. A manifestação parou por um minuto: todos ficaram em silêncio em homenagem aos servidores do sistema assassinados. Neste ano já foram seis.
O nosso ato contou com a participação de companheiros da Central Única dos Trabalhadores, que em discurso falou da política do atual governo, que dá as costas para o trabalhador. “Esse governador só escuta categoria que se mobiliza. E é com mobilização que os servidores do sistema prisional paulista vão conseguir o que precisam. Não se enganem: vocês precisam mostrar força e união para pressionar esse governo, senão vão continuar esquecidos como são todos os servidores públicos estaduais”, discursou.
O ato se encerrou às 15h40.
O que ficou decidido
Os que compareceram ao ato público da categoria saíram com uma certeza: os servidores do sistema prisional precisam se mobilizar e participar da luta por melhores salários e condições de trabalho.
Ao final do ato, o SIFUSPESP propôs que a mobilização fosse permanente, e que todos colaborassem no sentido de conscientizar os que não foram ao evento sobre a importância de se engajarem.
Uma proposta foi feita e aprovada: o SIFUSPESP vai continuar o trabalho de conscientização dos servidores em novas assembleias regionais, onde se espera uma maior participação da categoria, e vai ser criada uma Comissão de Greve. Se o governo continuar intransigente em relação às reivindicações dos servidores, o sistema poderá parar, se a categoria quiser.
“O SIFUSPESP fez tudo conforme a lei. Apresentamos a pauta de reivindicações, pedimos reuniões com as autoridades, nos reunimos, e aguardamos por um longo prazo por uma contraproposta do governo. E não veio. A gente vai ficar esperando até quando? Já está claro que o governo não quer negociar, e se os servidores não se mobilizarem, o governo não vai negociar nunca”, disse o presidente do SIFUSPESP João Rinaldo Machado.
Só o início
Como bem disse o Tesoureiro do sindicato, Gilberto Machado, “o ato não basta em si. Ele não se encerra aqui, ele não se encerra hoje. Ele foi só o início, um marco para mostrar ao governo e à sociedade que estamos fartos, e que a gente vai para cima reivindicar o que temos por direito. Nossa luta está só começando”.
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