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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Agente penitenciário ganha R$ 25 mil de indenização


Agente penitenciário ganha R$ 25 mil de indenização

Funcionário da Penitenciária de Ribeirão Preto foi espancado e torturado durante rebelião de um dia em maio de 2006

14/10/2013 - 22:49
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13.mai.2006 - Weber Sian / A Cidade
Tribunal de Justiça entendeu que o Estado falhou na fiscalização dos presos, o que lhes permitiu fazer reféns durante a rebelião de 2006 (Foto: 13.mai.2006 - Weber Sian / A Cidade)
O Estado de São Paulo foi
 condenado a pagar R$ 25 mil
 de indenização, por danos
 morais, a um agente penitenciário
 que foi mantido como refém por
25 horas, durante uma rebelião
 na Penitenciária de Ribeirão
Preto, em maio de 2006.
O valor pedido pela vítima era
 de R$ 108 mil, mas a Fazenda
 do Estado apelou e o Tribunal
de Justiça entendeu que o valor
 era exagerado, sem, no entanto,
 tirar a responsabilidade da
administração pública, que, segundo a sentença, falhou na fiscalização dos presos.

Em 13 de maio de 2006, os presos da Penitenciária de Ribeirão Preto se
 rebelaram por volta das 10h20. A confusão começou na cozinha, onde o
 autor da ação estava. Além dele, outros sete agentes de segurança
 penitenciária foram mantidos reféns.
A rebelião foi iniciada por ordem do PCC (Primeiro Comando da Capital)
 depois da remoção de alguns membros da facção criminosa para outro presídio.
Apenas às 11h do dia seguinte, quando a Tropa de Choque da Polícia
Militar invadiu a unidade, os reféns foram libertados. Três detentos
foram encontrados mortos.
Segundo a sentença, o agente penitenciário, que entrou com a ação
, foi espancado e torturado. Ele foi atendido no Hospital das Clínicas.
A vítima obteve licenças para tratamento de saúde, devido ao trauma
psicológico, e foi readaptado como porteiro noturno, a partir de janeiro de 2007.
Falha na fiscalização
Após a rendição dos rebelados, a polícia apreendeu 180 objetos
 metálicos com ponta e alguns com lâminas, além de oito facas e sete celulares.
O Tribunal de Justiça considerou essas apreensões como exemplos
 de falha da fiscalização dos presos.
“É indubitável a desídia da administração pública, que não manteve
 o isolamento dos presos, permitindo a comunicação externa e o ingresso
 e/ou feitura de armas dentro do presídio, corroborando para a eclosão
 da rebelião”, diz a sentença.
Além disso, a Justiça considerou que as autoridades policiais estavam
 cientes da possibilidade de ocorrência da rebelião já que manifestos
 desse tipo ocorriam em todo o estado de São Paulo na época.
PCC comandou várias rebeliões no Estado
Em maio de 2006, detentos de penitenciárias, centros de detenção
e cadeias públicas do estado de São Paulo se rebelaram.
As rebeliões foram orquestradas pelo PCC depois que líderes da
 facção criminosa foram transferidos para o Departamento Estadual
 de Investigações Criminais (Deic), em São Paulo, e integrantes do
grupo foram para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau.
A transferência foi feita quando o governo estadual descobriu que
o PCC planejava uma megarrebelião para o fim de semana do Dia das Mães.

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