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sábado, 29 de novembro de 2014

Sindicato cobra respostas do Estado em relação às mortes de agentes

Sindicato cobra respostas do Estado em relação às mortes de agentes

Servidor foi achado morto com marcas de tiros, em um canavial em Serrana.
Polícia Civil investiga homicídio; SAP informou que vai auxiliar investigações.

Do G1 Ribeirão e Franca
O diretor do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo, Fábio César Ferreira, cobrou nesta sexta-feira (28) providências da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e da Secretaria de Segurança Pública (SSP) com relação à segurança dos agentes penitenciários e ao esclarecimento das mortes envolvendo servidores. Na quinta-feira (27), um agente de 49 anos foi encontrado morto em um canavial próximo à Rodovia Ângelo Cavalheiro, em Serrana (SP). Segundo a Polícia Civil, ele estava desaparecido desde terça-feira (25), quando saiu de Casa Branca (SP), onde morava, para trabalhar.

Segundo o diretor regional da Polícia Civil, João Osinski Júnior, um inquérito foi instaurado para apurar se o crime foi latrocínio, roubo seguido de morte, ou execução. Entretanto, o diretor do sindicato é categórico ao afirmar que a vítima foi executada. “São execuções sumárias. Falam que é latrocínio para disfarçar, mas nós sabemos que são execuções. A categoria está cansada, com medo, todo mundo vigilante. Os trabalhadores estão sendo executados, policiais civis, policiais militares, e o governo não nos dá uma resposta”, diz.
De acordo com Ferreira, a superlotação das unidades prisionais do Estado expõe os servidores a um risco permanente. Ele cita que há unidades que operam com um número de detentos que é o dobro da capacidade. “Nós somos invisíveis para a sociedade e a sociedade tem que ver que nós prestamos um serviço para ela. Estamos aí com cadeias superlotadas, faltam médicos, servidores. Em Franco da Rocha, a unidade que era para ter 1.050 está com 1,8 mil presos. O sistema prisional está em colapso, já está falido.”
Ferreira afirma que um ato de repúdio contra as mortes ocorridas no Estado está previsto para acontecer no dia 10 de dezembro em São Paulo, e que espera que o governo apresente propostas coerentes às necessidades da categoria. “É isso que falta ao sistema prisional, propostas não politiqueiras, porque com segurança pública não se brinca.”
Em nota, a SAP declarou-se indignada com a morte do agente, e afirmou que vai auxiliar a polícia no que for necessário às investigações. Ainda segundo a secretaria, a pasta presta toda a assistência à família do funcionário. A SAP não comentou as declarações do diretor do sindicato.
O caso
Segundo a Polícia Civil, o corpo do agente penitenciário Gil Carlos Siqueira Campos, de 49 anos, foi encontrado na quinta-feira (27) na Rodovia Ângelo Cavalheiro, em Serrana (SP), por uma pessoa que fazia caminhada às margens da rodovia. A vítima estava em meio a um canavial e apresentava marcas de tiros.
De acordo com a SAP, o servidor desapareceu na terça-feira (25) após deixar a mulher no Fórum de Cravinhos (SP), onde ela prestaria depoimento na condição de testemunha de um processo judicial.
A Polícia Civil informou que Campos faria plantão em Serra Azul (SP) e que a mulher dele só notou que ele estava desparecido na manhã de quinta-feira quando ligou para o marido e ele não respondeu às ligações. O carro da vítima e a arma que carregava não foram encontrados.

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