Pesquisar este blog

sábado, 27 de julho de 2019

Eu acredito e por isso luto pelos servidores penitenciários. Acredite você também!

Sozinhos não conseguiremos vencer. Já unidos e organizados, sim. 
Isto é o sindicato: eu, você, nós somos o sindicato!

Junto com os servidores e servidoras no protesto da nossa campanha salarial,
realizado neste 25 de julho quando ocupamos a frente do Palácio dos Bandeirantes

Há 14 anos resolvi não ser um simples servidor público, que sai para o trabalho, cumpre suas funções com dignidade e volta pra casa. Sempre havia algo que me incomodava, quando tomei posse como agente de segurança penitenciária em novembro de 2000, com meus 21 anos. Não sabia direito o que era esta profissão, já tinha primos e amigos agentes, mas tive um sonho, ainda quando menino, de ser carcereiro.

Meu primeiro trabalho foi levar alimentação nas delegacia da cidade. Um carcereiro e amigo de nome Moisés, quando era seu plantão, sempre me tratou muito bem. Eu estava na 7ª série quando a professora Sueli, de EPT/OSPB, pediu para que os alunos fizessem uma entrevista com algum profissional que gostaríamos de ser no futuro. Não titubeei, escolhi o carcereiro Moisés*.

Concluindo a entrevista, fiz a redação e afirmei com a inocência do desejo de uma criança que queria ser carcereiro! Mais tarde, num dos meu primeiros concursos para Agente de Segurança Penitenciária (ASP), que aconteceu na cidade de Pacaembu, fui bem na prova escrita, mas reprovei na entrevista quando fui perguntado sobre o porquê de ser ASP e disse que era meu sonho!

Continuei perseguindo meu objetivo quando em 2000 tomei posse, no CDP do Belém 2. Tempos difíceis, do avanço da facção, muitas mortes nas unidades, mas foi um excelente aprendizado!

Minha vida de atuação sindical começa na PI de Lavínia, onde grande parte do corpo funcional denuncia o domínio do PCC na unidade - e, como todos sabem, perseguição, humilhação, bonde de turno e unidade. Acredito na justiça e demorou muito mais aconteceu: eu e mais quatro companheiros fomos absolvidos do PAD que pedia nossa demissão!

“O porquê do relato, Jabá?”, alguns podem questionar. Porque tenho orgulho de ser ASP e por isso hoje, sendo representante da categoria, faço com muito amor e muita responsabilidade minha atuação sindical. Cada caso particular e a luta no geral, quem diria que seria fácil? Mas eu acredito na luta e quero que você servidor do sistema prisional de cada setor, de cada área, também acredite.

Vamos lutar, vamos nos unir! Nossa pressão sobre o governo estadual de São Paulo vai aumentar, mas sozinhos não conseguiremos vencer, já unidos e organizados, sim. Isto é o sindicato! Eu, você, nós somos o sindicato. Eu acredito e por isso luto. Acredite você também, vamos juntos!

*Moisés, que era carcereiro, hoje é investigador e casado com uma ASP. Minha professora, Sueli, também se tornou agente penitenciária. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Total de visualizações de página