Temos que ser classistas e defender o que é nosso porque sobrevivemos do nosso salário. Nenhum governo vai tirar direito nosso e quem fizer isso é nosso inimigo número um
O que liberta muito o ser humano é o conhecimento. As pessoas falam coisas que nem conhecem na verdade. Como está no nosso Estatuto, todo servidor público tem que estar em dia com normas e regulamentos, tanto é que qualquer servidor público, se cometer um crime, pega um agravamento da pena de 1/3 por conhecer as leis.
A Polícia Penal já nos salvou da privatização aqui em São Paulo. Nessa última decisão judicial, o Tribunal de Justiça impediu a cogestão de quatro unidades prisionais, e a juíza deixou bem claro o que já era papel do Estado e que a Polícia Penal reforçou ainda mais. Ela colocou até os servidores psicólogos e assistentes sociais que fazem os laudos, setor que é do Estado e também não pode ser terceirizado.
No SIFUSPESP, pregamos que não queremos escravizar ninguém a ficar dependente do sindicato. A pessoa tem que se filiar ao sindicato sim por consciência de luta, porque quando a gente faz algo é por todos.
Hoje nossa categoria vive uma alienação política e inclusive sou atacado por às vezes criticar o Bolsonaro, mas é graças a ele, graças à Lei 173, que foi congelado nosso tempo de serviço e foi congelado aumento de salário.
Ao mesmo tempo, a reforma da Previdência começou em Brasília, terminou aqui com o Doria fazendo a reforma previdenciária do funcionalismo, agora taxando também os já aposentados porque na reforma foi aprovada uma cobrança maior aos que não estão na ativa. É uma cobrança que não é ilegal, mas é imoral, e há ações judiciais tramitando contra a medida, mas infelizmente é uma lei que já foi aprovada.
O que temos pressionado é quanto a esse déficit atuarial que o governo estadual não provou existir, e em cima disso podemos ganhar judicialmente para cessar o desconto e devolver o que foi descontado a mais dos nossos companheiros que trabalharam tantos anos no sistema.
O conhecimento liberta, o conhecimento não ocupa espaço, e há quem ache que sou “diferenciado”. Não sou diferenciado, apenas fui um cara curioso, queria trabalhar corretamente, que denunciou as coisas erradas. Fui perseguido, comecei pegar o conhecimento de leis, de tudo, e observei que, quando precisei, o sindicato me ajudou, por isso decidi ingressar nessa luta conjunta, que não é só para mim, mas para defender a categoria.
Não tenho nada a mais que ninguém porque qualquer um que passou no concurso público estudou o Estatuto do Servidor Público, e é isso que a gente tem que fazer a partir do momento que conhecerem o que é uma lei, o que é polícia penal
Nosso trabalho já é policial e, na verdade, a Polícia Penal não vem nos dar, vai regulamentar o que nós já fazemos. Quantos policiais penais que dirigem viatura já tiveram que pagar o carro que bateu? Quantos policiais penais que fazem escolta que responderam sindicância por fuga de preso, alguns até exonerados? Foram vários. Dirigir e fazer escolta vai estar nas nossas atribuições.
Por isso, companheiros, mais uma vez: conhecimento não ocupa espaço. Muitos infelizmente são ignorantes, e nosso meio está cheio de ignorantes, dos que ignoram o que está no papel, ignoram o conhecimento. Isso faz parte do Brasil, que hoje está uma bestialização. As pessoas acreditam mais num post, numa figurinha, numa foto, num card de WhatsApp, em vez de pesquisar. Quantos compartilham coisas que nem pesquisaram antes para saber se eram verdade?
Nossa maior mobilização parte de nós mesmos. Se quero mudar a minha história, a minha vida, meu local de trabalho, vou lutar e tem que entender, sim, que, vai pagar um preço, pois também existe no nosso meio o “Ah, mas se eu fizer isso vou ser perseguido”. Por isso o sindicato está aí, é a sua ferramenta, é para você usar e quando eu usei me ajudaram.
De todos que até hoje precisaram do sindicato, ninguém ficou na mão. A gente luta junto, move céus e terra para ajudar as pessoas e, claro, correndo pelo certo porque não defendemos coisa errada.
Está na hora de cada um pensar nisso porque é isso que querem tirar de nós. Agora, com a reforma administrativa, querem tirar a sexta parte, quinquênio, várias coisas e ainda tem pessoas batendo palma para o governo federal. Nessa hora temos que ser classista, temos que defender o que é nosso porque sobrevivemos do nosso salário. Nenhum governo vai tirar direito nosso e quem fizer isso é nosso inimigo número.
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