Pesquisar este blog

sábado, 1 de junho de 2013

Incapacidade de controle das prisões fica cada vez mais clara

OPINIÃO
Incapacidade de controle das prisões fica cada vez mais clara
CAMILA NUNES DIASESPECIAL PARA A FOLHA
A desativação do Carandiru, símbolo das mazelas prisionais, não produziu alteração no grave quadro da situação carcerária paulista.
O processo de encarceramento continua num ritmo assustador e, por mais unidades que sejam construídas, elas serão sempre insuficientes para dar conta da demanda crescente por vagas e já "nascem" superlotadas.

Relatos obtidos em visitas a unidades prisionais permitem compor um breve quadro dos dramas humanos escondidos atrás das muralhas.
Presos condenados e/ou com o regime semiaberto em unidades destinadas à presos provisórios; alimentação de péssima qualidade e em quantidade insuficiente; falta de colchões, de materiais de higiene e limpeza; presos doentes, com feridas expostas, fraturas, câncer em estágio avançado.
Difícil traduzir o horror do que se vê e do que se ouve nas prisões para o texto escrito. Carência de tudo, dores (físicas mesmo), desprovimento dos direitos mais básicos, miséria material e moral.
A superlotação é a ponta de um iceberg de problemas que tornam esse sistema caótico e ineficiente.
Num cenário em que a desproporção entre funcionários (mal pagos e desmotivados) e presos é cada vez maior, torna-se cada vez mais clara a incapacidade do Estado em exercer o controle nas prisões.
Diante disso, é considerando o estrito poder que o PCC exerce sobre a população carcerária que podemos compreender como é possível manter a ordem sobre o caos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Total de visualizações de página