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domingo, 15 de setembro de 2013

Penitenciária de Itaí, SP, é moradia de mais de 1,3 mil presos estrangeiros

Penitenciária de Itaí, SP, é moradia de mais de 1,3 mil presos estrangeiros

Eles vêm de 84 países e o tráfico de drogas é o principal crime.
Na biblioteca, há 16 mil livros em 35 diferentes idiomas.

Do G1 Itapetininga e Região
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Todos os estrangeiros que são presos e condenados no Estado de São Paulo têm o mesmo destino: a Penitenciária Cabo Marcelo Pires da Silva, em Itaí (SP), que fica na região de Itapetininga (SP). Atualmente, a unidade abriga 1.383 detentos, número acima da capacidade que é de 792 presos.
A superlotação é um dos poucos pontos em comum entre a penitenciária de Itaí e os outros presídios brasileiros. No local, a maioria dos detentos tem bom grau de escolaridade: 11% têm curso superior e 41% dos presos concluíram o ensino médio. Apenas 1% são analfabetos.

Penitenciária de Itaí, SP, que recebe os presos estrangeiros do Estado (Foto: Reprodução/TV Tem)Oficina de costura é uma das opções de trabalho
para os presos. (Foto: Reprodução/TV Tem)
Como em outras penitenciárias, alguns detentos podem optar pelo trabalho como forma de redução de pena. Há algumas oficinas, como a de costura, onde são feitos os uniformes usados no local, e a horta, de onde é tirada parte da alimentação.
O crime mais comum que leva esses estrangeiros a Itaí é o tráfico de drogas, responsável por 85% das condenação.
O mecânico Paulo Francisco Mendes, de Luanda, capital da Angola, é um desses presos por tráfico de entorpecenrtes. Ele foi preso no aeroporto de Guarulhos (SP) quando tentava embarcar com cocaína para a África. Ele conta que veio ao Brasil devido aos problemas financeiros do país de origem. “Havia crise econômica e eu tinha dívidas para pagar. Estava muito apertado mesmo. Aí apareceu um convite para vir ao Brasil para levar a droga. Eu aceitei e acabei nesta encruzilhada”, diz.
O angolano foi condenado a seis anos e nove meses de prisão. Ele está há dois anos e dez  meses longe da mulher e dos quatro filhos.
De acordo com a direção da unidade, assim como Paulo, os casos de tráfico são parecidos: as pessoas são recrutadas e pagas para embarcarem com drogas para outros países, as chamadas mulas. Ainda segundo a unidade, este seria o crime mais praticado pelos africanos, europeus e asiáticos.
Depois do tráfico de drogas, o crime mais comum praticado pelos estrangeiros detidos é o furto: 7%. A maioria dos criminosos é da América Latina.
Ainda segundo a direção, a penitenciária reúne pessoas de 84 países, sendo que metade dos presos é de origem africana. Por país, a maior população carcerária é da Nigeria. São 355 nigerianos e formam a maior colônia dentro da penitenciária. em seguida, as maiores representaçoes são de bolivianos (130 presos), peruanos (118), paraguaios (78), angolanos (70) e espanhóis (62).
Na hora do lazer, o lugar preferido é a biblioteca. O espaço conta com 16 mil livros publicados em 35 idiomas diferentes. Destes, mil exemplares circulam por mês – quase um por preso. Há ainda milhares de revistas, de diversos países. Que ajudam a alimentar os sonhos de quem errou e tenta reiniciar uma nova vida.
Penitenciária de Itaí, SP, que recebe os presos estrangeiros do Estado (Foto: Reprodução/TV Tem)Livros em diversos idiomas são a atração na biblioteca (Foto: Reprodução/TV TEM)

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