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domingo, 20 de outubro de 2013

MP revela que mulheres têm papel de destaque em facção das prisões

MP revela que mulheres têm papel de destaque em facção das prisões

Elas ajudam a organizar o tráfico e atuam em missões especiais.
Levantamento mostra que 70% das mulheres são presas por tráfico.

César GalvãoSão Paulo, SP
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O Ministério Público revela que algumas mulheres têm funções de destaque na quadrilha que controla o crime de dentro das prisões. Elas ajudam a organizar o tráfico de drogas e de armas e também atuam em missões especiais, como descobrir novas tecnologias para enganar os detectores de metais das penitenciárias.
A investigação, feita pelo Ministério Público mostra o que as mulheres fazem no mundo do crime. Em uma das escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, Márcia Leila Mathias Evaristo, a "Gigante" fala com um dos chefes da quadrilha, preso em Presidente Wenceslau, sobre a qualidade da cocaína.
Gigante foi presa em julho por tráfico de drogas. Mesmo assim, ela pertence ao núcleo principal da quadrilha. Outra mulher que aparece na investigação é Michele Maria da Silva, a “Ninja”, apontada como chefe do setor feminino do bando. Ela foi presa em 2011, com um carregamento de armas, em Campinas
Os promotores revelaram que ninja recebeu uma missão especial: descobrir uma fórmula para enganar os detectores de metais e conseguir entrar com celulares nas penitenciárias.
Segundo a denúncia, a quadrilha comprou um portal do tipo usado nas penitenciárias. Em uma das escutas, Ninja disse que levou quatro dias para aprender a esconder os celulares e que o aparelho já estava em condições de passar pelo detector do presídio sem ser descoberto.
No ano 2000, quase cinco mil mulheres estavam nas prisões paulistas. Cinco anos depois, em 2005, o número já era 81% maior, com 9.055 detentas. Em 2010, as penitenciárias já contavam com 11.637 mulheres. No ano passado, o número saltou para 12.574.
Um levantamento do sistema prisional de São Paulo mostra que 70% das mulheres que cumprem pena foram presas por envolvimento com o tráfico de drogas. Os outros crimes são furto e roubo a mão armada. “Com a entrada do tráfico em larga escala cresceu o espaço para as mulheres, porque é um crime que não depende de força física, de assustar os outros, de intimidar. Então a probabilidade de uma mulher se dar bem é maior. Elas têm uma capacidade de gerenciar evidente”, explica Guaracy Mingardi, analista criminal.

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