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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Polícia confirma prisão de membro de facção criminosa em Ribeirão

Polícia confirma prisão de membro de facção criminosa em Ribeirão

Homem foi detido com registros de sorteios entre integrantes do grupo.
Dados serão usados para investigar ligação com ‘Nenê do Simioni’.

Do G1 Ribeirão e Franca
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A Polícia Civil confirmou a prisão de mais um integrante de uma organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios do Estado de São Paulo nesta quarta-feira (23) em Ribeirão Preto (SP). Douglas Ribeiro, de 30 anos, foi detido no bairro Quintino Facci II, zona norte da cidade, com documentos que descrevem a cobrança de mensalidades dos integrantes da facção, bem como sorteios de apartamentos e veículos entre os membros do grupo.

De acordo com a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Ribeiro estava foragido da Penitenciária de  Bauru (SP) desde que obteve a permissão para visitar a família no Dia das Mães, em maio. Seu envolvimento com a facção dentro dos presídios era investigado havia uma semana, segundo a DIG.
ARTE PCC 300 (curta) - 15/10 (Foto: Editoria de Arte / G1)
Com ele, os policiais disseram ter encontrado papeis com registros à mão de cobranças de mensalidade entre os integrantes, inclusive avisos para inadimplentes, além da realização de sorteios, denominados em alguns trechos como “cassinos”, de bens como apartamentos avaliados em ao menos R$ 150 mil e carros. Segundo o delegado Paulo Henrique Martins de Castro, a organização das rifas é dividida por bairros e cidades com o intuito de angariar fundos para a facção. “A gente vai tentar desvendar essa contabilidade para ver se realmente os números são reais e se esses bens realmente existem”, afirmou.
As informações obtidas até agora pelos investigadores, segundo Castro, não confirmam se há ligação do preso com Almir Rodrigues Ferreira, o "Nenê do Simioni", que além de negociar a compra de armas e drogas com fornecedores do Paraguai, gerenciava o armazenamento dos entorpecentes do tráfico internacional em imóveis do município de dentro de um presídio de segurança máxima, de acordo com denúncia do Ministério Público Estadual (MPE). “A princípio não há como afirmar que ele tenha ou não ligação. Temos que verificar todo esse material apreendido, cruzar informações com outros objetos já apreendidos”, disse o delegado.
Escutas
As investigações do MPE na megaoperação deflagrada contra a facção criminosa identificaram que o traficante de Ribeirão Nenê do Simioni, além de negociar a compra de armas e drogas com fornecedores do Paraguai, gerenciava o armazenamento dos entorpecentes do tráfico internacional em imóveis do município.
G1 teve acesso às escutas telefônicas obtidas pelo Ministério Público Estadual  autorizadas pela Justiça. Uma gravação de 8 de junho de 2010 revela uma dessas negociações. O presidiário da penitenciária de Presidente Venceslau (SP), Samuel Augustino Roque dos Santos, conhecido como Tio Pec, conversa com o traficante paraguaio Carlos Antonio Caballero, o Capilo. Eles discutem como fazer para entregar uma encomenda de drogas a outro traficante - Grauber Compri, o Da Princesa. Os traficantes ainda negociam a quantidade de cocaína que será retirada em Ribeirão Preto.
Além de armazenar drogas do tráfico internacional em Ribeirão Preto, o traficante Almir Rodrigues Ferreira, mais conhecido como Nenê do Simioni, é apontado como um dos principais elos de negociação com fornecedores de armas e drogas do Paraguai. Nenê liderava, direto da penitenciária de Presidente Venceslau, transações para compra de entorpecentes provenientes do Paraguai e da Bolívia. Segundo denúncia do MP, a droga negociada pelo traficante era distribuída por todo o Estado de São Paulo.
'Nenê do Simioni'
Nenê foi preso em 2007 na favela do Simioni após uma apreensão da Polícia Federal, em Pradópolis (SP), de um arsenal de armas trazido por um avião de contrabandistas. O carregamento tinha fuzis, metralhadoras, granadas e até um lançador de foguete usado pelo Exército de Israel. O armamento seria distribuído para ladrões de bancos e traficantes.
Desde então, Nenê está preso na penitenciária de segurança máxima de Presidente Venceslau (SP). Ele foi condenado a 30 anos de prisão por tráfico internacional.
Cartas apreendidas em Ribeirão registram sorteios entre membros de facção (Foto: Valdinei Malaguti/ EPTV)Cartas apreendidas em Ribeirão registram sorteios entre membros de facção (Foto: Valdinei Malaguti/ EPTV)

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