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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Cada um julga o outro de acordo com o que é

Cada um julga o outro de acordo com o que é



Julgamento, cada um julga o outro de acordo com o que é
http://www.psicologiaracional.com.br/2013/06/julgar-o-outro.html


















Regis Mesquita





Amigos do site Psicologia Racional,

Abaixo segue um conto coletado na internet,
 sem indicação do autor. Após o texto estão meus comentários.

Julgamento

"Certa vez um sábio deitou-se ao lado da estrada, 
imerso em profunda meditação.
Passou por ali um ladrão e, ao vê-lo naquele estado, comentou:

- Este homem dever ser um ladrão. Certamente roubou alguma casa à noite e agora
adormeceu de cansaço. Logo chegará a polícia e
 o prenderá. Vou escapar a tempo.

E tratou de fugir.

Pouco depois, passou um bêbado e, olhando
 para aquele homem deitado, exclamou:


- Bebeste demais e caíste aí. Estou mais firme do
 que tu e não vou cair.

E continuou seu caminho.

Finalmente, passou por ali um sábio e, percebendo
 que o homem caído ao chão era
um Santo em estado de êxtase, sentou-se ao lado
 dele e, em silêncio, meditou junto.

Cada um julga os outros por si".



Comentando:

A mente humana é limitada. Por exemplo, o
 ser humano não enxerga todo o espectro de 
cores e nem ouve todo o espectro de sons. Ou seja,
 a realidade é muito mais rica do que nossa mente
 consegue captar.
Uma pessoa que treina seu “ouvido musical” será
 capaz de perceber melhor os sons. Desta forma, 
poderá captar com mais fidedignidade a realidade 
sonora à sua volta.
O mesmo acontece com todos os outros filtros que
 existem em nossa mente: paladar, sensações, 
crenças, valores, condicionamentos, etc.
Cena 1: uma senhora anda pela rua quando vê 
um grupo de adolescentes vindo em sua direção. 
Seus olhos enxergam os adolescentes, e seu cérebro
 processa o significado da imagem. Ela pode sentir 
medo e pensar: será que eles vão me assaltar?
A senhora não conhece os adolescentes. Ela não 
sabe (futuro). O julgamento acontece em cima 
deste não saber. Ela usa como referência crenças
 e valores que existem dentro da sua cabeça (passado). 
Esta senhora escutou muitas histórias de violência
 e assaltos ao longo da vida. Por ser ignorante 
sobre a vida daqueles adolescentes (presente),
 ela se protege desencadeando o medo.

Esta senhora é medrosa, é negativa e sente-se impotente.
 Está condicionada a emitir opiniões negativas sobre as pessoas. Sua mente age da forma como ela se treinou: ao observar o grupo de adolescentes, sua mente “corre para o negativo”.
A imensa maioria das pessoas considera esta reação
 normal. Mas, não é normal. É treino mental para 
focar o negativo na realidade. Quando não há negativo
 na realidade, busca-se dentro da própria mente.
Cena 2: Os adolescentes passam pela senhora e
 vão embora. Eles dão risadas e estão felizes com
 a vida. Nem notam a senhora assustada e medrosa
 que passa por eles.
A senhora aprendeu a lição? Da próxima vez que 
cruzar com grupos de adolescentes sentirá menos
 medo? Ela se arrependeu de ter vibrado 
negativamente e julgado cruelmente? Ela entendeu 
que escolheu o caminho do sofrimento?
Em 99% dos casos não haverá aprendizado. 
Simplesmente, porque não houve a intenção de 
aprender.
Ela agiu com baixíssimo nível de consciência. 
Como uma autômata, ela repetiu o que havia 
dentro de sua mente. Ao repetir, ela reforçou o comportamento medroso e as crenças que 
dominam sua mente. O resultado: a associação 
entre violência e adolescentes ficou mais forte.
 Não importa que a realidade “não confirmou”
sua crença. Importa é que sua crença reconstruiu
 a realidade. Ou seja, ela sentiu alívio por não ter 
sido assaltada, daquela vez. Da próxima vez, 
quem sabe, virá o assalto. (O cérebro funciona 
assim: as associações que são usadas são reforçadas.
Para enfraquecê-las necessita do esforço da 
consciência ou de um “choque de realidade”. )
Uma pessoa treinada para ter uma mente reativa, 
como esta senhora, pode ter milhares de experiências positivas. Mas, as experiências (reais ou imaginárias) 
centrais em suas mentes serão as negativas. São
 pessoas com um poder tremendo de gerar e 
manter dentro delas o negativo. Elas conseguem 
reforçar a negatividade mesmo em situações de
 paz e tranqüilidade.
E o pior: se permitem emitir emanações e vibrações
 negativas sem a menor consciência do mal que
 podem causar a si e ao próximo. Com a desculpa
 de que são vítimas, emanam pensamentos cruéis:
 “meu Deus, eles vão me assaltar...”
De cada mil julgamentos que o ser humano faz,
 950 são atos cruéis e infelizes. Todo julgamento
 é parcial. Todo julgamento está altamente 
sujeito a erros.

O que fazer?

1)  acostume a parar seus pensamentos. A mente 
funciona compulsivamente quando está em um 
estado semi-consciente (a condição normal das
 pessoas): um pensamento desencadeia outro
 pensamento que desencadeia um terceiro
 pensamento, e assim por diante. Tudo sem 
controle, compulsivamente. Um passo muito
 importante é parar a sequência de pensamentos.
 No início ficará um vazio ruim, depois você
 descobrirá que este vazio descansa a mente, diminui ansiedade e angústia, melhora o humor, etc.
A senhora poderia ter decidido não pensar nada 
sobre aqueles adolescentes.  Todos podem parar seus pensamentos. 

Uma das grandes vantagens de parar o pensamento 
é ter mais tempo para observar a realidade e aprender 
(indico este texto para explicar a questão do tempo:http://caminhonobre.com.br/2013/02/24/aceitacao-tempo-para-aprender/ ).

2) saia do zona de conforto do julgamento. 
Você julga porque considera que está correto
 em sua avaliação. Para aprender a não julgar 
ou não julgar compulsivamente, é necessário 
algumas vezes abrir mão da confiança que você
 deposita na sua forma de organizar sua mente.
Não confie plenamente nas muitas justificativas 
que sua mente lhe fornece. Podem ser justificativas 
sensatas ou insensatas; mas, com certeza, são
 justificativas que não abarcam a realidade completa.

3) tenha a intenção de aprender. Algumas das 
qualidades necessárias para aprender: experimentar, 
correr riscos, atenção e foco em outras possibilidades.
Aprender é uma ótima forma de não ficar repetindo 
erros. Mas, para aprender deve acontecer o
 enfrentamento com a realidade. Explicando: 
a senhora poderia dizer para si – “não vou acreditar 
no meu medo. Estes adolescentes podem não ser ladrões, 
vou relaxar e não vou emanar negatividades”. Após passar pela situação e ver que os adolescentes foram embora, ela terá aprendido uma lição (por que saiu do ato condicionado, semi-consciente, e forçou sua consciência a focar a realidade).
Ela teve a intenção de aprender, tomou a 
postura de aprendizado, tornou relevante variáveis
 que sua mente reativa desprezava. Ela estava 
pronta para aprender com a experiência.
Não é toda experiência que ensina. Não é todo 
sofrimento que faz as pessoas mudarem. É preciso
ter disponibilidade interna para aprender.

Você julga com os valores, crenças e treinos que
 possui na sua mente. Estes julgamentos são a base
 de boa parte dos problemas que você possui. E, 
também, são a base da maior parte dos problemas
 que você não consegue resolver. Além de limitarem
 sua vida, impedem vitórias, conquistas, alegrias, 
paz e muito mais.


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