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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Artigo :NA BUSCA DE UM CAMINHO

NA BUSCA DE UM CAMINHO



Hoje ficou para a humanidade a comemoração de uma data macabra, 70 anos da bomba atômica, lançada pelo B-29 Enola Gay dos Estados Unidos arrasando Hiroshima. Para muitos leigos, tratava-se de uma decisão do Presidente Truman de vingança ao ataque a Base Naval de Peal Harbour ou de poupar vidas de seus soldados em território inimigo, já que a nação nipônica tinha folego para resistir por algum tempo (talvez anos) na guerra que dera inicio com a invasão da China em 1937. Esta maquiagem de propósitos escondia seu real objetivo de intimidação à União Soviética, principal País comunista que na Guerra Fria viria a ser a grande ameaça à hegemonia capitalista no resto do mundo. Saindo do contexto político para o resultado alcançado pós-explosão da bomba atômica, testemunhamos os médicos da época tratando dos ferimentos nos sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki como se fossem queimaduras comuns (causados pelo fogo ou gelo), pois desconheciam no ano de 1945, o que era a radioatividade e seus desdobramentos nos seres vivos.

Fazendo um paradigma, ficou para a história do trabalhador Agente de Segurança Penitenciária paulista a cobrança da contribuição sindical e caiu no seio desta categoria profissional, como uma bomba atômica. Não adianta alguns dirigentes sindicais defenderem o quanto é útil para as entidades de classe “sindicato” na execução de seus projetos (congressos, seminários, movimentos, protestos, passeatas, greves, etc...), se a forma de obtenção deste referido recurso financeiro contribuição sindical foi concedida através de liminar judicial feita na surdina, e portanto de uma maneira covarde que é moralmente condenável.
Neste contexto, como na pós-explosão narrado acima, vejo o quadro caótico da utilização dos remédios de queimaduras comuns no tratamento destas feridas, pois o ferimento causado pela cobrança da contribuição sindical vai bem além do que é demonstrado a olho nú. A categoria do trabalhador Agente de Segurança Penitenciária não precisa da união ou da unificação dos sindicatos existentes e remanescentes, mas sim de um novo pacto sindical que recupere a credibilidade dos seus dirigentes a frente do movimento trabalhista. Sem renuncias, reforma do texto de seus estatutos sociais e uma ruptura drástica com os vícios dos seus organogramas, nada muda para o trabalhador ASP, ou seja, continuaremos fadados a uma sucessão de erros.
A DEJEP, a terceirização, a PPP (parceria pública privada) e tantas outras soluções mirabolantes apresentadas só mostra que não adianta encher de açúcar um “pão-de-bosta” para adoçá-lo, pois além de o ingrediente ser ruim e cheirar mal, nunca será um “pão-de-mel”. Guardo minhas esperanças na nossa categoria, plagiando o escritor Fernando Sabino com sua frase filosófica: no fim dá tudo certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim. Um abraço fraternal a todos...

José Ricardo Mesiano
ASP II Bacharel em Direito
Diretor de Base do Sifuspesp

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